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Da Autorresponsabilidade nasce a solidariedade.

Atualizado: 28 de fev. de 2022



O conceito parece bastante difundido no meio corporativo, entretanto é bem mais que uma palavra da moda.


A Autorresponsabilidade está associada à nossa capacidade de responsabilizarmos a nós mesmos por tudo aquilo que acontece em nossas vidas. Aquilo que é positivo ou negativo, e também o que nos influencia direta ou indiretamente.


É muito comum ouvirmos que para atingir objetivos e metas, precisamos nos autorresponsabilizar ao invés de culpar os outros. E tudo está muito focado naquilo que nos interessa: subir na carreira, ter reconhecimento, em melhorar a renda, tudo focado em nosso próprio ego.


Mas a autorresponsabilidade que visa interesses egoístas não é mais que palavra da moda, pois a verdadeira ideia está relacionada com olhar para o outro e fazer dele um meio para conhecer a si mesmo.


Ela é indissociável da ideia de alteridade. Segundo o Prof. Pedro Menezes, alteridade é a qualidade ou estado do que é outro ou do que é diferente. Está relacionada com a capacidade de perceber a si mesmo ou o próprio grupo social, não como o padrão, mas também como o outro.

Um dos princípios fundamentais da alteridade é que o indivíduo em sociedade não só interage com outros indivíduos, mas sua existência depende também da existência do outro. Por esse motivo, o "eu" só pode existir através do seu contato com o "outro".


Em minha história como executivo, me deparei com pessoas extremamente difíceis. Algumas aparentemente com o tal "Gênio ruim", outras com "sérios problemas de caráter". Óbvio que pessoas assim fazem nossa caminhada ser muito mais dolorosa. Mas até que ponto essas pessoas não são reflexos de nós mesmos?


Os caminhos cheios de pedras pontiagudas nos faz querer um calçado para não machucar os pés. E se esse calçado for as sandálias dos outros? O eventual sofrimento causado por esses conflitos me fez ir mais fundo para conseguir tornar o ar mais respirável.

Existe uma máxima no budismo que diz que seu inimigo é seu maior mestre. Novamente, tirando a ideia religiosa, vamos pensar na filosofia que existe por trás disso.


Se o que mais detesto no outro pode ser um aspecto de nós mesmos, então provavelmente o que se vê é equivalente a colocar um gato na frente do espelho: em alguns casos ele vai tentar atacar a sua própria imagem, achando que se trata de outro gato.


Então é muito provável que as pessoas não suportamos evidenciam nossos aspectos inconscientes: coisas que fazemos e não nos damos conta.


Isso é o verdadeiro autoconhecimento, outro conceito banalizado, mas fundamental para criarmos relações duradouras e profícuas: conhecer-se a si mesmo requer um certo grau de dor, pois isso implica enfrentar as próprias sombras.


Então, é melhor entender que ao enfrentar as tais pessoas difíceis, é bem provável que se esteja enfrentando os próprios conteúdos sombrios para daí perguntar: somos assim também com os outros?


O que isso tem a ver com realizar sonhos


Se quase tudo que se aspira para a própria vida depende da construção de relações benéficas que vão valorizando seu capital social, então é preciso construir a vida visando o bem-estar do outro. Quando entendemos isso, percebemos que a autorresponsabilização é fundamental, pois é impossível construir relações duradouras se fazemos um mal que não percebemos.

Autorresponsabilização é consequência de um processo de evolução pessoal, pois nasce das descobertas, muitas vezes negativas, sobre nós mesmos.


Então, ao buscar realizar nossos sonhos, também ajudamos a realizar os sonhos dos outros. É provável que o mero objetivo de se dar bem, usando cabeças como degraus de uma escada crie passivos relacionais tão grandes que o projeto de vida fica inviável.


Daí nasce a solidariedade. Nós e os outros somos uma unidade. O bem que fazemos para o outro é o mesmo que fazemos para nós mesmos. O mal, mesmo que não intencional, que fazemos para nossos colegas, família, cidade, planeta, é o que torna ruim a nossa vida como seres individuais ou como coletividade.


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